Crítica | 3ª temporada de Titãs traz melhorias significativas, mas ainda peca em excessos

Crítica | 3ª temporada de Titãs traz melhorias significativas, mas ainda peca em excessos

Nesta última quarta-feira (08) a terceira temporada da série Titãs chegou na plataforma da Netflix. A trama resgata a atmosfera dos amados heróis da DC que embalaram muitas infâncias pelo mundo. De fato esta terceira temporada traz melhorias em diversos aspectos da produção, mas ainda se perde na vontade de trazer muitas coisas à tona ao mesmo tempo, pendendo em excessos confusos e perca de linearidade no roteiro.

Com 13 episódios, esta nova jornada prossegue abordando todo o universo dos Titãs após acontecimentos dos capítulos que antecederam esta temporada. A equipe agora atuará na cidade de Gotham após ausência de Bruce Wayne devido a uma série de acontecimentos que envolvem o personagem Jason Todd.

Logo no primeiro contato, os fãs recebem muitas melhoras perceptíveis. Os efeitos visuais receberam melhorias após troca de produção e contratação de uma equipe responsável por efeitos em séries de cunho semelhante. No entanto, ainda nos deparamos com algumas tosquices de vez em nunca. Mas, elas são entendíveis a partir do ponto que pensamos como deve ser difícil dar vida a algo extraordinário que um titã pode fazer (como os poderes da Estelar, por exemplo).

Além disso, também há a apresentação para uma estruturação melhor do roteiro. Não há nenhuma fala flutuante ou desnecessária tentando forçar sentimentalismo, como diversas vezes observado nas temporadas anteriores. E é através dessa melhora que se recebe a surpresa agradável de uma profundidade maior em personagens e seus sentimentos que ainda só enxergávamos através de uma faceta unilateral mal explorada, como Connor e Gar.

Nesse sentido, ainda sobre o roteiro, é legal observar como a história segue pontos narrados nos quadrinhos The New Teen Titans ilustrado por George Pérez. Isso pode levar alguns fãs à loucura, visto que a produção traz diversos easter eggs e referências do universo oitentista da HQ.

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A cenografia se torna impecável em tentar dar vida à cidade caótica e perigosa que é Gotham. Do mesmo modo, recebemos também melhoras no figurino e na aparência dos personagens, principalmente em relação à personagens femininas, como Rachel e Kory. Juntamente com todos estes pontos, há a inclusão de uma trilha sonora muito boa, dando um ritmo mais condizente ao roteiro, principalmente para cenas de luta, de tensão e as de transição de acontecimentos.

De antemão, podemos perceber as falhas. Iniciando com a mesma necessidade que Titãs tem de querer trazer muitas linhas narrativas e personagens ao mesmo tempo. Novamente, isso é visto aqui como uma tentativa falha de rechear o roteiro e manter o telespectador envolvido quando, na verdade, fica pendendo para excessos desnecessários de informação. Somos apresentados a três linhas principais que desenvolvem a terceira temporada: Capuz Vermelho, Estrela Negra e, logo após, o retorno de Donna Troy. Além disso, temos a introdução de personagens novos como Barbara Gordon, Tim Drake e Lady Vic, no decorrer as tramas principais. Porém, é extremamente cansativo aos olhos do telespectador tentar entender o que realmente se passa no aqui e agora da história. Não se sabe quando abordarão aquele personagem novamente visto que, Tim Drake, por exemplo, é apresentado no primeiro capítulo e passa os próximos cinco seguintes sem aparecer.

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Conforme a narrativa se enche, o roteiro corre, e não há boa estruturação que salve o ritmo. Muitas vezes dá vontade de pegar nos ombros nos produtores e dizer para relaxarem com o ritmo e volume de narrativa. Capuz Vermelho tem sua identidade revelada rápida demais. Isso acaba com a atmosfera de angústia da batfamília que poderia sustentar mais um pouco. Pode ser frustrante para alguns fãs ansiosos que esperam desfecho de tudo nesta página, mas vai ter de esperar pela próxima temporada (já confirmada).

No entanto, o maior erro se dá na construção e atuação do personagem Capuz Vermelho, principal peão que movimenta a história nesta temporada. Apesar de Curran Walters dar vida à um ótimo Jason Todd, ele não personifica o personagem Capuz da melhor forma. Dá a entender que o temido Capuz Vermelho dos quadrinhos, aqui, é apenas uma fantasia utilizada por um adolescente revoltado consigo mesmo.

Por fim, a terceira temporada de Titãs pode ser considerada a melhor das três já no ar. Peca nos excessos, mas tenta compensar em outros pontos para que não vejamos os buracos. Mas, nada que prosseguir concertando o caminho nas próximas não resolva.

Crítica

Título: Titãs

Elenco: Brenton Thwaites, Anna Diop, Ryan Potter, Conor Leslie, Curran Walters, Joshua Orpin, Minka Kelly e Alan Ritchson

Produtor: Robert Ortiz

Nota: 3/5

Já assistiu essa terceira temporada? Então comenta aqui embaixo! No entanto, não deixe de seguir o QN nas redes sociais! Até a próxima.

Milena Miranda
Apaixonada por Marvel e DC, finjo que sou a Gert Yorkes no tempo livre que sempre acho que tenho (spoiler: não tenho rs). Amo escrita criativa, a bat família, bubble tea de morango, R&B e minha gata Granola.