Crítica | Triângulo da tristeza navega em uma comédia inteligente mas se perde no exagero

Na próxima quinta-feira, 09, estreia um dos indicados ao Oscar, Triângulo da Tristeza. Em busca emoldurar uma crítica social nada sútil, o filme arrisca em um humor assertivo, mas se afunda em certos exageros e distrações, que atrapalham sua própria mensagem.

O diretor Ruben Östlund traz um vislumbre da atual elite muito verdadeiro, com personagens incrivelmente bem construídos, mas se perde em dar o protagonista e antagonismo as mesmas pessoas. A classe mais pobre apresentada no filme se transforma apenas em uma vítima coadjuvante e sem desenvolvimento, o que reforça aquilo que o mesmo tenta criticar em sua obra.

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Contudo, uma coisa garantida para quem vai assistir é uma comédia tão absurda que garante risadas e muita agonia. Algo como a sensação de um episódio de The Office, porém com uma produção melhor. Östlund não tem medo do exagero extremo, muito pelo contrário, parece que o procura constantemente, sempre tentando aguçar sentimentos tão exagerados quanto no expectador.

O que aliás parece ser o grande objetivo, a busca pelo absurdo. Algumas vezes cria a sensação de que o diretor não sabe o que está fazendo ou para onde quer ir com a história. Ao contrário dos atores, que por sua vez, demonstravam saber muito bem o que estavam fazendo, a atuação é um dos grandes destaques do longa, o elenco claramente mergulha na história de cada uma de suas personagens.

Quantos as chances de levar o Oscar de melhor filme, em comparação aos seus concorrentes, é provável que não, mas Triângulo da Tristeza provavelmente vai ter seu destaque no meio popular. Conta aqui para gente se já começou sua maratona Oscar e se vai assistir Triângulo da Tristeza?

Capa Triângulo da Tristeza

Nome: Triângulo da Tristeza

Diretor: Ruben Östlund

Elenco: Charlbi Dean, Harris Dickinson, Woody Harrelson, Dolly De Leon, Vicki Berlin, Zlatko Buric e Jean-Christophe Folly

Nota: 3,5 / 5

Bruna Rocha