Crítica | And Just Like That… amadurece história de Carrie Bradshaw de forma incompleta, mas se atualiza diante de uma sociedade moderna

Crítica | And Just Like That... amadurece bravamente história de Carrie Bradshaw e se atualiza sob sociedade moderna

Com seu último episódio da primeira temporada indo ao ar nesta quinta-feira (3) através da plataforma HBO Max, And Just Like That… se encerra de forma vaga para uma série que abordou tanto. Para os amantes da série Sex And The City (1998-2004), e de suas sequências em filmes, o novo capítulo da saga pode soar desnecessário. Afinal, quem não cresceu aspirando sonhar em Nova Iorque tal qual Carrie Bradshaw durante o ano 2000? No entanto, o público pode ir sem muito medo, mas também com as expectativas reduzidas: este prelúdio deve surpreender positivamente apenas alguns fãs.

Seguindo o formato de recorte de vida já conhecido das produções anteriores da saga, And Just Like That… acompanha a vida de Carrie, Miranda e Charlotte após os últimos eventos abordados nos filmes: como estão depois de casadas. A falta que a personagem mais amada pelo público, Samantha Jones, interpretada por Kim Catrall, já é justificada durante o primeiro capítulo da temporada. Mas, não há como negar que sua presença era um dos principais motores da série. Posteriormente, este ponto já traz como foco a problemática da falta de carisma da protagonista Carrie, vivida por Sarah Jessica Parker.

Seja como for, o roteiro não explorou bem a nova versão ainda mais madura de Carrie. Envolvida em um roteiro de luto e redescobrimentos, afundam a capacidade de uma das mulheres mais fortes do cinema, e que significou tanto para mulheres reais, em conversas inconsistentes, que dá murros em pontas de faca e voltas sem sentido que não trazem novos passos à sua composição e novos objetivos de vida. O brilho e consistência desta história infelizmente não vem dela, mas sim de personagens novos e incríveis que são adicionados, como Che Diaz, interpretada por Sara Ramirez.

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Sem deixar a peteca cair, atores e atrizes que retornaram para seus papéis após anos parecem nunca terem dado um tempo deles. Sobretudo, o show de atuação continua, destacando Cynthia Nixon evoluindo e carregando um desenvolvimento e arco incrível para sua personagem Miranda Hobbes.

Contudo, antes de mais nada, o roteiro procura inovar em temáticas atuais, como o acréscimo de discussões em cima de questões de gênero, feminismo, pressão estética e lutas raciais. Sendo assim, procura trabalhar também o amadurecimento das personagens diante de diversas situações reais, envelhecendo seus velhos conceitos e atualizando suas visões de mundo. É até engraçado como utilizam de mecanismos de um humor debochado para que estes pontos aconteçam. Contudo, mesmo com o acréscimo de tantos debates importantes, desliza em não saber distribuir discursos durante alguns capítulos. Isso pesa em sua fluidez de narrativa, tornando algo que era prazeroso e necessário de se ver em uma história massiva em incontáveis momentos.

Por fim, And Just Like That… é um divisor de água para os fãs, trazendo momentos pertinentes para um prelúdio. No entanto, se desenvolve e se encerra de forma vaga e rápida, pouco preocupando-se com uma coesão de tudo o que foi abordado.

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Crítica

Título: And Just Like That…

Diretor: Darren Star

Elenco: Sarah Jessica Parker, Cynthia Nixon, Kristin Davis, Sara Ramirez, Mario Cantone, David Eigenberg, Willie Garson, Evan Handler, Chris Noth

Nota: 2,5

Milena Miranda
Apaixonada por Marvel e DC, finjo que sou a Gert Yorkes no tempo livre que sempre acho que tenho (spoiler: não tenho rs). Amo escrita criativa, a bat família, bubble tea de morango, R&B e minha gata Granola.